A ressecção cirúrgica de certas lesões intracranianas, principalmente as centrais, de difícil acesso cirúrgico, representa um grande desafio à habilidade de qualquer neurocirurgião. Uma das principais dificuldades desse tipo de cirurgia é obter acesso à estrutura comprometida sem causar danos importantes ao restante do cérebro, o que poderia gerar seqüelas neurológicas de graus variados e até mesmo colocar o paciente em risco de vida.
Alguns recentes avanços tecnológicos, principalmente na área de informática, colaboraram para a solução desse problema. Atualmente, a tomografia computadorizada aliada à ressonância magnética são ferramentas de extrema importância, não só no processo de diagnósticodessas lesões intracranianas, como também na condução terapêutica, através da integração dessas imagens por meio de sofisticados programas de computação, o que permitem orientar espacialmente o tratamento, ou seja, em três dimensões, garantindo, assim, total precisão.
A radiocirurgia é uma modalidade técnica de radioterapia que emprega um sistema de coordenadas espaciais para localizar as lesões, possibilitando atingi-las e aniquilá-las em um único tratamento (única sessão), sem a necessidade de abrir o crânio do paciente. A radiocirurgia está indicada para o tratamento de lesões de difícil acesso cirúrgico no interior do cérebro, para pacientes que recusem a cirurgia intracraniana, ou para pacientes medicamente inoperáveis devido a outros riscos.
Os resultados obtidos com essa técnica terapêutica são bastante animadores, e os efeitos colaterais e danos causados ao cérebro têm se mostrado mínimos.
Nos casos em que a radiocirurgia é aplicada em múltiplas sessões, dá-se o nome de radioterapia extereotáxica fracionada, o que seria uma variante da radiocirurgia, também com as mesmas virtudes, mas com indicações diferentes.
A radiocirurgia vem se tornando um grande diferencial na área, objetivando uma nova alternativa na cura de tumores menores. As lesões tratadas geralmente ocorrem em cabeça e pescoço. Trata-se de uma técnica avançada, designada a auxiliar uma melhor qualidade no tratamento do paciente, com alta precisão na terapia de radiação.
A radiocirurgia, diferente da radioterapia, tem por objetivo o chamado “one shot”, ou seja, um feixe de radiação o qual se não 100% preciso, mata as células e o tratamento não é fracionado.